Morada
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Vivíamos na época das novas tecnologias, onde tudo era precioso à distância.
Conseguíamos estar meses sem vermos os nossos entes queridos, e até era uma seca estar a ir ter com eles.
Vivíamos na época em que o trabalho era o mais importante, não interessando a que horas chegávamos a casa, e queixávamos-nos que não víamos os nossos filhos, que não tínhamos tempo para nós.
E de um dia para o outro a terra parou, tudo mudou sem qualquer anúncio prévio.
E nós, onde ficamos nele?
Deram-nos tudo aquilo que pedíamos antes, mas nada de um momento para o outro ficamos a pensar se isso era o que realmente queríamos.
Agora que podíamos falar à distância já não o queremos fazer.
Agora que temos tempo com os nossos filhos, muitos rezaram para que as escolas abrissem.
Estranho, não é?
Hoje ao ouvir um programa de rádio, lembrei-me que não cumprimento ninguém há quase 2 anos com beijos.
Será que ainda o saberemos fazer? Andar sem máscara?
Mas a coisa mais importante é, será que este tempo não nos deu hipótese de ver a vida como antes nunca a tínhamos visto?
Pela primeira vez podemos parar para pensar.
E esse é um grande cerne da questão.
Durante este período tivemos tempo para questões tais como, será que escolhi a carreira certa?
Será que escolhi a pessoa certa para partilhar uma vida?
Será que sou feliz?
Todas estas questões aparecem devido à rápida noção inexistente anteriormente da nossa mortalidade.
O vírus até poderá passar, mas as mudanças culturais, sociais e pessoais serão reproduzidas infinitamente, nada voltará a ser igual.
Faz parte do nosso comportamento, do ser humano.
Apesar de na primeira pandemia termos percebido que se parássemos um mês que fosse a terra limparia, tantos problemas poderiam ser resolvidos, nada mudou.
Continuamos os mesmos egoístas e vamos continuar como o animal mais estúpido à face da terra.
O único que destrói o seu próprio ninho, o seu próprio alimento, que mata por prazer.
Infelizmente esta é a realidade que irá sobrar depois desta guerra.
Muito pouco aprendizagem real da situação.
O mundo mudou, mas o homem não.
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